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Os benefícios obtidos pelas crianças bilíngues

5 minutos
Falar mais de um idioma oferece aos adultos uma grande vantagem social e profissional, mas os benefícios podem ser ainda maiores no caso das crianças.
Os benefícios obtidos pelas crianças bilíngues
Escrito por Equipe Editorial
Última atualização: 15 janeiro, 2023

Em uma sociedade cada vez mais global, é comum ver as crianças crescerem em um ambiente multicultural em que é normal falar várias línguas em casa. Isso provocou um debate: é apropriado educar as crianças de forma bilíngue? Enquanto alguns consideram que as crianças bilíngues têm diversas vantagens, outros pensam que o bilinguismo pode causar algum tipo de confusão.

As perguntas que pesquisadores e educadores se fazem são as mesmas que surgem para os pais dessas crianças bilíngues. É confuso falar duas línguas? As crianças bilíngues são mais inteligentes? É bom falar com eles em duas línguas desde as primeiras palavras ou é melhor esperar um pouco mais?

Essas perguntas têm respostas muito claras.

É positivo criar filhos bilíngues?

Aqueles que consideram que falar em duas línguas com as crianças pode ser contraproducente argumentam que a mistura de línguas dificultará a socialização e a aprendizagem, pois elas podem confundir as línguas para se expressar e poderão vir a ter dificuldades em diferenciar os idiomas.

No entanto, experiências e estudos mostram exatamente o oposto. “Crianças expostas a mais de um idioma têm uma densidade tecidual mais alta nas áreas do cérebro correspondentes à aprendizagem, linguagem, memória e atenção”, diz a pediatra Gwendolyn Delaney, mencionando alguns estudos.

Os censos projetam que, em 2035, 50% das crianças que moram em grandes cidades serão bilíngues já no jardim de infância. No entanto, os estudos sobre os efeitos dessa tendência são poucos, embora todos indiquem que os resultados são positivos.

Ser bilíngue gera confusão para as crianças?

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As crianças aprendem a diferenciar os idiomas desde a mais tenra infância, sabendo quando usar um ou outro.

Os adultos que falam vários idiomas não têm problema em diferenciar quando usar um ou outro. Porém, há quem pense que, para uma criança que está aprendendo a falar, isso pode ser mais confuso.

A American Linguistic Society garante que as crianças aprendem rapidamente a reconhecer as diferenças entre um idioma e outro. Erros menores na construção ou pronúncia das frases podem surgir, mas são corrigidos sem dificuldade.

Também pode haver uma mistura de códigos, conforme definido pela linguista Barbara Pearson em seu livro “Educando uma criança bilíngue”, quando se refere ao uso de palavras de um idioma intercalado com o outro. No entanto, a autora considera que este é um comportamento normal de aprendizagem, e não um sintoma de confusão ou dislexia.

A psicóloga Laura Namy explica que usar uma palavra de um idioma como parte da conversa em outro idioma não significa que eles não saibam qual palavra pertence a um idioma ou outro. Estudos mostram que, a partir dos 2 anos, meninos e meninas podem escolher qual idioma usar de acordo com o interlocutor.

As crianças bilíngues são mais inteligentes?

É claro que falar mais de um idioma oferece vantagens profissionais e culturais, mas, além disso, alguns estudos indicam que esta habilidade também pode oferecer vantagens no comportamento social.

Um estudo da Universidade de York, em Toronto, Canadá, sugere que crianças bilíngues respondem melhor a diferentes mudanças nas matérias e nas escolas. Outros estudos também abrem a possibilidade de que o aprendizado de vários idiomas possa ajudar a melhorar a memória durante a infância.

A psicóloga Glenn Schellenberg acredita que habilidades de comunicação, como idiomas e música, proporcionam uma vantagem na amplitude do conhecimento. Isso não significa que os bilíngues sejam mais inteligentes, mas eles têm mais ferramentas para favorecer o seu desenvolvimento cognitivo.

Talvez você possa se interessar: A inteligência da criança não depende de suas notas

É preciso priorizar um idioma ao conversar com crianças bilíngues?

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As crianças aprendem o idioma por necessidade de comunicação.

Antigamente, na pré-escola era recomendado o uso de apenas um idioma na comunicação diária com as crianças, e o idioma secundário era ensinado apenas na escola regular. Esses conceitos mudaram.

A linguista Annick De Houwer acredita que as crianças que ouvem duas línguas constantemente as aprendem sem dificuldades. Elas podem até mesmo entender as diferenças quando falam dois idiomas diferentes com a mesma pessoa.

A American Linguistic Society explica que os bebês não são ensinados a falar. Eles aprendem por uma necessidade de comunicação, e escolhem o idioma principal por conta própria.

Por exemplo, uma criança de uma família inglesa que mora na Espanha pode usar o inglês como idioma principal nos primeiros anos de vida, mas quando ela começar a estudar, socializar e frequentar aulas de espanhol, o idioma principal será o espanhol.

Os pais devem evitar misturar idiomas?

Muitos pais de crianças bilíngues também são bilíngues e falam dois idiomas alternadamente em conversas normais. Eles podem até misturar códigos inconscientemente, mesmo que estejam falando um único idioma.

Porém, não há muitos estudos a respeito de como isso afeta as crianças, e os resultados são variados. No entanto, as pesquisas mais recentes indicam que as crianças se adaptam e compreendem a mistura de códigos, que desaparecerá rapidamente quando estas começarem a ir à escola.

Não deixe de ler: Estimulação nos bebês: aprenda a ativar os sentidos

Com que idade é melhor expor as crianças a vários idiomas?

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Quanto mais cedo as crianças forem expostas a diferentes idiomas, mais cedo aprenderão a usá-los e a diferenciá-los.

Não há uma idade ideal para aprender um segundo idioma. A ideia de que quem aprende um segundo idioma posteriormente não o aprende bem não é compartilhada pela maioria dos educadores. O que os estudos comprovam é que é mais fácil aprender nos primeiros anos de vida. Quanto mais cedo, melhor.

David Birdsong, diretor do Departamento de Idiomas da Universidade de Austin, Texas, explica que o desenvolvimento do aprendizado de idiomas não é pior ou mais difícil, mas sim que há um declínio nas habilidades de aprendizado ao longo dos anos.

À medida que nos acostumamos à vocalização e à audição específicas de um idioma, a assimilação de sons específicos de um idioma diferente se torna mais complicada. Portanto, aprender duas línguas na infância facilita a adaptação às suas particularidades .

Conclusões sobre as crianças bilíngues

  • As crianças são capazes de aprender mais de um idioma desde a mais tenra idade.
  • Aprender dois idiomas não cria confusão.
  • Crianças bilíngues podem diferenciar facilmente os dois idiomas.
  • Aprender mais de um idioma facilita o comportamento social.
  • Aqueles que falam mais de um idioma têm uma gama maior de conhecimentos.
  • Falar mais de um idioma fornece melhores ferramentas de aprendizado.
  • Pessoas bilíngues têm uma probabilidade maior de ter um futuro profissional melhor.

Em uma sociedade cada vez mais global, é comum ver as crianças crescerem em um ambiente multicultural em que é normal falar várias línguas em casa. Isso provocou um debate: é apropriado educar as crianças de forma bilíngue? Enquanto alguns consideram que as crianças bilíngues têm diversas vantagens, outros pensam que o bilinguismo pode causar algum tipo de confusão.

As perguntas que pesquisadores e educadores se fazem são as mesmas que surgem para os pais dessas crianças bilíngues. É confuso falar duas línguas? As crianças bilíngues são mais inteligentes? É bom falar com eles em duas línguas desde as primeiras palavras ou é melhor esperar um pouco mais?

Essas perguntas têm respostas muito claras.

É positivo criar filhos bilíngues?

Aqueles que consideram que falar em duas línguas com as crianças pode ser contraproducente argumentam que a mistura de línguas dificultará a socialização e a aprendizagem, pois elas podem confundir as línguas para se expressar e poderão vir a ter dificuldades em diferenciar os idiomas.

No entanto, experiências e estudos mostram exatamente o oposto. “Crianças expostas a mais de um idioma têm uma densidade tecidual mais alta nas áreas do cérebro correspondentes à aprendizagem, linguagem, memória e atenção”, diz a pediatra Gwendolyn Delaney, mencionando alguns estudos.

Os censos projetam que, em 2035, 50% das crianças que moram em grandes cidades serão bilíngues já no jardim de infância. No entanto, os estudos sobre os efeitos dessa tendência são poucos, embora todos indiquem que os resultados são positivos.

Ser bilíngue gera confusão para as crianças?

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As crianças aprendem a diferenciar os idiomas desde a mais tenra infância, sabendo quando usar um ou outro.

Os adultos que falam vários idiomas não têm problema em diferenciar quando usar um ou outro. Porém, há quem pense que, para uma criança que está aprendendo a falar, isso pode ser mais confuso.

A American Linguistic Society garante que as crianças aprendem rapidamente a reconhecer as diferenças entre um idioma e outro. Erros menores na construção ou pronúncia das frases podem surgir, mas são corrigidos sem dificuldade.

Também pode haver uma mistura de códigos, conforme definido pela linguista Barbara Pearson em seu livro “Educando uma criança bilíngue”, quando se refere ao uso de palavras de um idioma intercalado com o outro. No entanto, a autora considera que este é um comportamento normal de aprendizagem, e não um sintoma de confusão ou dislexia.

A psicóloga Laura Namy explica que usar uma palavra de um idioma como parte da conversa em outro idioma não significa que eles não saibam qual palavra pertence a um idioma ou outro. Estudos mostram que, a partir dos 2 anos, meninos e meninas podem escolher qual idioma usar de acordo com o interlocutor.

As crianças bilíngues são mais inteligentes?

É claro que falar mais de um idioma oferece vantagens profissionais e culturais, mas, além disso, alguns estudos indicam que esta habilidade também pode oferecer vantagens no comportamento social.

Um estudo da Universidade de York, em Toronto, Canadá, sugere que crianças bilíngues respondem melhor a diferentes mudanças nas matérias e nas escolas. Outros estudos também abrem a possibilidade de que o aprendizado de vários idiomas possa ajudar a melhorar a memória durante a infância.

A psicóloga Glenn Schellenberg acredita que habilidades de comunicação, como idiomas e música, proporcionam uma vantagem na amplitude do conhecimento. Isso não significa que os bilíngues sejam mais inteligentes, mas eles têm mais ferramentas para favorecer o seu desenvolvimento cognitivo.

Talvez você possa se interessar: A inteligência da criança não depende de suas notas

É preciso priorizar um idioma ao conversar com crianças bilíngues?

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As crianças aprendem o idioma por necessidade de comunicação.

Antigamente, na pré-escola era recomendado o uso de apenas um idioma na comunicação diária com as crianças, e o idioma secundário era ensinado apenas na escola regular. Esses conceitos mudaram.

A linguista Annick De Houwer acredita que as crianças que ouvem duas línguas constantemente as aprendem sem dificuldades. Elas podem até mesmo entender as diferenças quando falam dois idiomas diferentes com a mesma pessoa.

A American Linguistic Society explica que os bebês não são ensinados a falar. Eles aprendem por uma necessidade de comunicação, e escolhem o idioma principal por conta própria.

Por exemplo, uma criança de uma família inglesa que mora na Espanha pode usar o inglês como idioma principal nos primeiros anos de vida, mas quando ela começar a estudar, socializar e frequentar aulas de espanhol, o idioma principal será o espanhol.

Os pais devem evitar misturar idiomas?

Muitos pais de crianças bilíngues também são bilíngues e falam dois idiomas alternadamente em conversas normais. Eles podem até misturar códigos inconscientemente, mesmo que estejam falando um único idioma.

Porém, não há muitos estudos a respeito de como isso afeta as crianças, e os resultados são variados. No entanto, as pesquisas mais recentes indicam que as crianças se adaptam e compreendem a mistura de códigos, que desaparecerá rapidamente quando estas começarem a ir à escola.

Não deixe de ler: Estimulação nos bebês: aprenda a ativar os sentidos

Com que idade é melhor expor as crianças a vários idiomas?

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Quanto mais cedo as crianças forem expostas a diferentes idiomas, mais cedo aprenderão a usá-los e a diferenciá-los.

Não há uma idade ideal para aprender um segundo idioma. A ideia de que quem aprende um segundo idioma posteriormente não o aprende bem não é compartilhada pela maioria dos educadores. O que os estudos comprovam é que é mais fácil aprender nos primeiros anos de vida. Quanto mais cedo, melhor.

David Birdsong, diretor do Departamento de Idiomas da Universidade de Austin, Texas, explica que o desenvolvimento do aprendizado de idiomas não é pior ou mais difícil, mas sim que há um declínio nas habilidades de aprendizado ao longo dos anos.

À medida que nos acostumamos à vocalização e à audição específicas de um idioma, a assimilação de sons específicos de um idioma diferente se torna mais complicada. Portanto, aprender duas línguas na infância facilita a adaptação às suas particularidades .

Conclusões sobre as crianças bilíngues

  • As crianças são capazes de aprender mais de um idioma desde a mais tenra idade.
  • Aprender dois idiomas não cria confusão.
  • Crianças bilíngues podem diferenciar facilmente os dois idiomas.
  • Aprender mais de um idioma facilita o comportamento social.
  • Aqueles que falam mais de um idioma têm uma gama maior de conhecimentos.
  • Falar mais de um idioma fornece melhores ferramentas de aprendizado.
  • Pessoas bilíngues têm uma probabilidade maior de ter um futuro profissional melhor.

Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


  • Bilingualism: consequences for mind and brain. Bialystok E1, Craik FI, Luk G. Department of Psychology, York University, Toronto, Canada.
  • Influence of bilingualism on memory generalization during infancy. Brito N, Barr R. Developmental Science. 2012;15(6):812–816. doi: 10.1111/j.1467-7687.2012.1184.x.
  • Bilingualism: consequences for mind and brain. Trends in Cognitive Sciences. Bialystok E, Craik FIM, Luk G. 2012;16(4):240–250. doi: 10.1016/j.tics.2012.03.001.
  • Parental language input patterns and children’s bilingual use. Applied Psycholinguistics. De Houwer A. 2007;28(03):411–424. doi: 10.1017/S0142716407070221.
  • FAQ: Raising Bilingual Children. Linguistic Society of America.https://www.linguisticsociety.org/resource/faq-raising-bilingual-children

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