Conheça os 13 filósofos mais importantes da Espanha
Desde a antiguidade até os dias de hoje, foram vários os filósofos espanhóis que, com suas reflexões sobre o mundo, a existência e o homem, deixaram uma marca inestimável na história do pensamento. É por isso que, neste artigo, homenagearemos esses pensadores, apresentando uma lista dos filósofos mais importantes da Espanha e suas contribuições.
Embora haja um grande número de filósofos espanhóis que tiveram grande influência no pensamento em geral, escolhemos aqueles cujas reflexões se destacam por sua profundidade e complexidade. Vamos ver quem são.
1. Sêneca (4 a.C. – 65 d.C.)
Lucio Anneo Séneca, nascido em Córdoba (Hispania), foi um dos maiores representantes do estoicismo e um dos mais famosos pensadores antigos. Sua filosofia propunha o domínio das paixões através da razão e da virtude.
Ele argumentou que a verdadeira felicidade é obtida na simplicidade, deixando de lado os bens materiais. Sua versão do estoicismo ficou conhecida como senequismo e foi caracterizada por seu chamado a respeitar a liberdade humana, evitar vícios e vinganças e ser gentil com os outros.
2. Averróis (1126 – 1198)
Ibn Rushd, mais conhecido como Averróis, foi um filósofo andaluz de ascendência árabe. Além de montar uma enciclopédia médica, escreveu comentários sobre a obra de Aristóteles. Por isso ele era conhecido como “o Comentarista”.
Da mesma forma, em sua obra Tahafut al-tahafut (تهافت التهافت, A incoerência do incoerente), ele defende a relação entre filosofia e fé, afirmando que as duas não são opostas nem separadas. Ao contrário, são caminhos que nos permitem alcançar a única verdade.
Veja: 6 filósofos gregos mais conhecidos e suas contribuições
3. Ramon Llull (1232 – 1316)
Foi um filósofo, poeta, místico, teólogo e missionário de origem maiorquina, que escreveu mais de 250 obras em catalão, latim e árabe. Ele também é conhecido por sua tentativa de converter os muçulmanos ao cristianismo através de uma série de passos lógicos e racionais.
De fato, ele tentou construir uma espécie de máquina (batizada pelo autor como Ars generalis ultima ou Ars magna ) que, usando a lógica, seria capaz de nos conduzir à verdade espiritual.
Da mesma forma, é considerado um dos primeiros escritores a usar uma língua neolatina (catalão) para expressar conhecimentos filosóficos, científicos e técnicos. Além de textos novelísticos.
4. Juan Luis Vives (teólogo) (1493 – 1540)
Outro dos filósofos mais importantes da Espanha foi o humanista, filósofo e pedagogo valenciano Juan Luis Vives, que se caracterizou por sua crítica à autoridade, sua reforma da educação europeia e sua preocupação com os mais necessitados.
Da mesma forma, foi um precursor das ciências, na medida em que defendeu a observação, a experiência e o espírito crítico como método de conhecimento. Sem contar suas reflexões sobre a alma, as emoções e o aprendizado, que lhe valeram o título de “pai da psicologia moderna“.
5. Baltasar Graciano (1601 – 1658)
Foi um jesuíta espanhol e escritor da Idade de Ouro que cultivou a prosa didática e filosófica. Suas obras incluem El criticón, um dos romances mais importantes da literatura espanhola, comparável em qualidade a Quixote ou La Celestina.
Seu pensamento pessimista, correspondente ao período barroco, expressa a consciência de uma Espanha em declínio e assume o mundo como um espaço enganoso e hostil, no qual verdade e virtude são ofuscadas pela aparência.
Ele influenciou autores posteriores, como Schopenhauer e Nietzsche. Ele é considerado o precursor do existencialismo e da pós-modernidade.
Veja: 21 frases de Simone de Beauvoir: importante filósofa feminista
6. Julian Sanz del Río (1814 – 1869)
Foi filósofo, jurista e pedagogo nascido na província de Soria. Ele introduziu o krausismo na Espanha, uma corrente filosófica panteísta que considera que Deus contém o próprio universo (ele não é o universo nem está fora dele).
De sua parte, ele propôs o liberalismo como a melhor maneira de regenerar a Espanha. Mas a este movimento acrescentou um aspecto espiritual que antes não possuía.
Em nível pedagógico, defendia a educação laica e propunha colocar o aluno em contato direto com a natureza e com qualquer objeto de conhecimento (experimentação).
7. Francisco Giner de los Rios (1839 – 1915)
Aluno de Julián Sanz del Río, este pedagogo, filósofo e ensaísta nascido em Ronda (Málaga) seguiu os passos de seu professor, difundindo ideias krausistas na Espanha. Da mesma forma, fundou a Institución libre de enseñanza (ILE), fundação privada que buscava a regeneração pedagógica.
Esse pensador defendia que a educação não deveria ser imposta por um grande grupo, mas deveria ser adquirida pelos indivíduos por conta própria. Defendia um método de ensino intuitivo, que pressupunha uma grande proximidade entre professor e aluno, a eliminação de avaliações e a realização de excursões e visitas.
8. Miguel de Unamuno (1864 – 1936)
Nascido em Bilbau, foi um escritor e filósofo pertencente à geração de 98, que cultivou uma grande variedade de gêneros literários (romance, ensaio, teatro e poesia). A princípio, seu pensamento foi enquadrado no racionalismo e no positivismo. Além disso, a situação política na Espanha durante seu tempo o fez se interessar pela história.
Segundo ele, a história só pode ser analisada a partir de relatos individuais e anônimos; não através de grandes eventos ou por eventos de grandes homens (o que ele chamaria de intra-história).
Mais tarde, no final do século XIX, Unamuno abandonou o positivismo e desenvolveu um existencialismo cristão. Defende que a vida é trágica porque o homem sabe que deve morrer, por isso é reduzido à condição de sobrevivente.
9. José Ortega y Gasset (1883 – 1955)
Outro dos filósofos mais importantes da Espanha é José Ortega y Gasset, que foi um dos maiores expoentes do perspectivismo e da razão vital e histórica. De acordo com o perspectivismo, o ser humano percebe a realidade de um ponto de vista concreto e subjetivo.
Isso significa que existem muitas perspectivas possíveis que determinam qualquer juízo de verdade possível. O que implica que não há maneira de ver o mundo que possa ser considerada definitivamente verdadeira.
Por sua vez, a razão vital é um modelo proposto pelo autor como superação da razão pura que se impôs durante a Idade Moderna. Embora tenha permitido o avanço das ciências naturais, não o fez com as ciências humanas, pois era insuficiente para aprender a vida.
10. Maria Zambrano (1904 – 1991)
Nascida em Málaga, María Zambrano Alarcón foi uma filósofa e ensaísta cujo trabalho se concentra no que ela chama de razão poética. Para essa grande pensadora, a filosofia começa com o divino, com a explicação das coisas cotidianas por meio de mitos. Até que alguém se pergunte ” O que são as coisas?” e a partir daí se estabelece a atitude filosófica.
Segundo Zambrano, há duas atitudes: a filosófica, que se cria no homem quando ele questiona algo por ignorância; e a poética, que é a resposta, a calma e na qual, uma vez decifrada, encontramos o sentido de tudo.
11. José Ferrater Mora (1912 – 1991)
Nascido em Barcelona, José Ferrater Mora é um dos mais importantes filósofos contemporâneos. Ele foi o criador do integracionismo, um método que busca integrar sistemas de pensamento opostos (como natureza-razão, alma-corpo, ser-dever).
Além disso, ele se concentrou em questões ontológicas e foi lembrado por sua grande obra: Dicionário de Filosofia, com 4.000 páginas de duas colunas.
12. Gustavo Bueno (1924 – 2016)
Natural de Santo Domingo de la Calzada, Gustavo Bueno foi autor de vários livros. Sua grande contribuição filosófica foi a apresentação de uma nova escola de pensamento chamada materialismo filosófico.
Essa corrente defende que só existe o material, negando o espiritismo e as substâncias espirituais. Assim, a existência do ser humano está ligada apenas ao mundo material.
13. Fernando Savater (1947)
Um dos filósofos mais importantes da Espanha e da atualidade. Seu pensamento filosófico se concentra na ética, o que o levou a refletir sobre política e uma variedade de temas polêmicos.
Deve-se notar que seu estilo de escrita é informativo, pois sua intenção é nutrir o leitor com conhecimento filosófico, sem mergulhá-lo em confusão e incerteza. Ética para um jovem é uma de suas obras mais famosas e o livro que o confirmou como um dos grandes escritores espanhóis da atualidade.
Existem muitos mais
A lista dos filósofos mais importantes da Espanha não se esgota com a lista apresentada. Maimonides (1138-1204), Francisco de Vitoria (1483-1546), George Santayana (1863-1952), Eugenio d’Ors (1881-1954) e Julián Marías (1914-2005), entre outros, fazem parte deste grupo de pensadores que deixaram sua marca na história.
Desde a antiguidade até os dias de hoje, foram vários os filósofos espanhóis que, com suas reflexões sobre o mundo, a existência e o homem, deixaram uma marca inestimável na história do pensamento. É por isso que, neste artigo, homenagearemos esses pensadores, apresentando uma lista dos filósofos mais importantes da Espanha e suas contribuições.
Embora haja um grande número de filósofos espanhóis que tiveram grande influência no pensamento em geral, escolhemos aqueles cujas reflexões se destacam por sua profundidade e complexidade. Vamos ver quem são.
1. Sêneca (4 a.C. – 65 d.C.)
Lucio Anneo Séneca, nascido em Córdoba (Hispania), foi um dos maiores representantes do estoicismo e um dos mais famosos pensadores antigos. Sua filosofia propunha o domínio das paixões através da razão e da virtude.
Ele argumentou que a verdadeira felicidade é obtida na simplicidade, deixando de lado os bens materiais. Sua versão do estoicismo ficou conhecida como senequismo e foi caracterizada por seu chamado a respeitar a liberdade humana, evitar vícios e vinganças e ser gentil com os outros.
2. Averróis (1126 – 1198)
Ibn Rushd, mais conhecido como Averróis, foi um filósofo andaluz de ascendência árabe. Além de montar uma enciclopédia médica, escreveu comentários sobre a obra de Aristóteles. Por isso ele era conhecido como “o Comentarista”.
Da mesma forma, em sua obra Tahafut al-tahafut (تهافت التهافت, A incoerência do incoerente), ele defende a relação entre filosofia e fé, afirmando que as duas não são opostas nem separadas. Ao contrário, são caminhos que nos permitem alcançar a única verdade.
Veja: 6 filósofos gregos mais conhecidos e suas contribuições
3. Ramon Llull (1232 – 1316)
Foi um filósofo, poeta, místico, teólogo e missionário de origem maiorquina, que escreveu mais de 250 obras em catalão, latim e árabe. Ele também é conhecido por sua tentativa de converter os muçulmanos ao cristianismo através de uma série de passos lógicos e racionais.
De fato, ele tentou construir uma espécie de máquina (batizada pelo autor como Ars generalis ultima ou Ars magna ) que, usando a lógica, seria capaz de nos conduzir à verdade espiritual.
Da mesma forma, é considerado um dos primeiros escritores a usar uma língua neolatina (catalão) para expressar conhecimentos filosóficos, científicos e técnicos. Além de textos novelísticos.
4. Juan Luis Vives (teólogo) (1493 – 1540)
Outro dos filósofos mais importantes da Espanha foi o humanista, filósofo e pedagogo valenciano Juan Luis Vives, que se caracterizou por sua crítica à autoridade, sua reforma da educação europeia e sua preocupação com os mais necessitados.
Da mesma forma, foi um precursor das ciências, na medida em que defendeu a observação, a experiência e o espírito crítico como método de conhecimento. Sem contar suas reflexões sobre a alma, as emoções e o aprendizado, que lhe valeram o título de “pai da psicologia moderna“.
5. Baltasar Graciano (1601 – 1658)
Foi um jesuíta espanhol e escritor da Idade de Ouro que cultivou a prosa didática e filosófica. Suas obras incluem El criticón, um dos romances mais importantes da literatura espanhola, comparável em qualidade a Quixote ou La Celestina.
Seu pensamento pessimista, correspondente ao período barroco, expressa a consciência de uma Espanha em declínio e assume o mundo como um espaço enganoso e hostil, no qual verdade e virtude são ofuscadas pela aparência.
Ele influenciou autores posteriores, como Schopenhauer e Nietzsche. Ele é considerado o precursor do existencialismo e da pós-modernidade.
Veja: 21 frases de Simone de Beauvoir: importante filósofa feminista
6. Julian Sanz del Río (1814 – 1869)
Foi filósofo, jurista e pedagogo nascido na província de Soria. Ele introduziu o krausismo na Espanha, uma corrente filosófica panteísta que considera que Deus contém o próprio universo (ele não é o universo nem está fora dele).
De sua parte, ele propôs o liberalismo como a melhor maneira de regenerar a Espanha. Mas a este movimento acrescentou um aspecto espiritual que antes não possuía.
Em nível pedagógico, defendia a educação laica e propunha colocar o aluno em contato direto com a natureza e com qualquer objeto de conhecimento (experimentação).
7. Francisco Giner de los Rios (1839 – 1915)
Aluno de Julián Sanz del Río, este pedagogo, filósofo e ensaísta nascido em Ronda (Málaga) seguiu os passos de seu professor, difundindo ideias krausistas na Espanha. Da mesma forma, fundou a Institución libre de enseñanza (ILE), fundação privada que buscava a regeneração pedagógica.
Esse pensador defendia que a educação não deveria ser imposta por um grande grupo, mas deveria ser adquirida pelos indivíduos por conta própria. Defendia um método de ensino intuitivo, que pressupunha uma grande proximidade entre professor e aluno, a eliminação de avaliações e a realização de excursões e visitas.
8. Miguel de Unamuno (1864 – 1936)
Nascido em Bilbau, foi um escritor e filósofo pertencente à geração de 98, que cultivou uma grande variedade de gêneros literários (romance, ensaio, teatro e poesia). A princípio, seu pensamento foi enquadrado no racionalismo e no positivismo. Além disso, a situação política na Espanha durante seu tempo o fez se interessar pela história.
Segundo ele, a história só pode ser analisada a partir de relatos individuais e anônimos; não através de grandes eventos ou por eventos de grandes homens (o que ele chamaria de intra-história).
Mais tarde, no final do século XIX, Unamuno abandonou o positivismo e desenvolveu um existencialismo cristão. Defende que a vida é trágica porque o homem sabe que deve morrer, por isso é reduzido à condição de sobrevivente.
9. José Ortega y Gasset (1883 – 1955)
Outro dos filósofos mais importantes da Espanha é José Ortega y Gasset, que foi um dos maiores expoentes do perspectivismo e da razão vital e histórica. De acordo com o perspectivismo, o ser humano percebe a realidade de um ponto de vista concreto e subjetivo.
Isso significa que existem muitas perspectivas possíveis que determinam qualquer juízo de verdade possível. O que implica que não há maneira de ver o mundo que possa ser considerada definitivamente verdadeira.
Por sua vez, a razão vital é um modelo proposto pelo autor como superação da razão pura que se impôs durante a Idade Moderna. Embora tenha permitido o avanço das ciências naturais, não o fez com as ciências humanas, pois era insuficiente para aprender a vida.
10. Maria Zambrano (1904 – 1991)
Nascida em Málaga, María Zambrano Alarcón foi uma filósofa e ensaísta cujo trabalho se concentra no que ela chama de razão poética. Para essa grande pensadora, a filosofia começa com o divino, com a explicação das coisas cotidianas por meio de mitos. Até que alguém se pergunte ” O que são as coisas?” e a partir daí se estabelece a atitude filosófica.
Segundo Zambrano, há duas atitudes: a filosófica, que se cria no homem quando ele questiona algo por ignorância; e a poética, que é a resposta, a calma e na qual, uma vez decifrada, encontramos o sentido de tudo.
11. José Ferrater Mora (1912 – 1991)
Nascido em Barcelona, José Ferrater Mora é um dos mais importantes filósofos contemporâneos. Ele foi o criador do integracionismo, um método que busca integrar sistemas de pensamento opostos (como natureza-razão, alma-corpo, ser-dever).
Além disso, ele se concentrou em questões ontológicas e foi lembrado por sua grande obra: Dicionário de Filosofia, com 4.000 páginas de duas colunas.
12. Gustavo Bueno (1924 – 2016)
Natural de Santo Domingo de la Calzada, Gustavo Bueno foi autor de vários livros. Sua grande contribuição filosófica foi a apresentação de uma nova escola de pensamento chamada materialismo filosófico.
Essa corrente defende que só existe o material, negando o espiritismo e as substâncias espirituais. Assim, a existência do ser humano está ligada apenas ao mundo material.
13. Fernando Savater (1947)
Um dos filósofos mais importantes da Espanha e da atualidade. Seu pensamento filosófico se concentra na ética, o que o levou a refletir sobre política e uma variedade de temas polêmicos.
Deve-se notar que seu estilo de escrita é informativo, pois sua intenção é nutrir o leitor com conhecimento filosófico, sem mergulhá-lo em confusão e incerteza. Ética para um jovem é uma de suas obras mais famosas e o livro que o confirmou como um dos grandes escritores espanhóis da atualidade.
Existem muitos mais
A lista dos filósofos mais importantes da Espanha não se esgota com a lista apresentada. Maimonides (1138-1204), Francisco de Vitoria (1483-1546), George Santayana (1863-1952), Eugenio d’Ors (1881-1954) e Julián Marías (1914-2005), entre outros, fazem parte deste grupo de pensadores que deixaram sua marca na história.
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- Ferrater J. Is There a Spanish Philosophy?. Hispanic Review. 1951; 19(1): 1-10.
- Acero J. The Arrival and Establishment of Analytic Philosophy in Spain. Epistemology & Philosophy of Science. 2014; 39(1): 137-151.
- Pagden A. The Reception of the ‘New Philosophy’ in Eighteenth-Century Spain. Journal of the Warburg and Courtauld Institutes. 1988; 51(1).
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