Como diagnosticar a dislexia?
Escrito e verificado por médico Leonardo Biolatto
Diagnosticar a dislexia é um processo que não deve ser curto ou rápido. Pelo contrário, as equipes de saúde demoram a determinar a existência do transtorno, já que o mesmo abre uma gama de possíveis tratamentos e abordagens futuras.
A qualidade de vida de uma pessoa com dislexia pode ser boa, mas isso dependerá da detecção precoce e do apoio subsequente. O tratamento multidisciplinar é a chave para incorporar o paciente à vida normal e social.
O que é a dislexia?
Para diagnosticar a dislexia, devemos começar definindo-a. Basicamente, é um transtorno de aprendizagem, especificamente de leitura e escrita, com início na infância, associado à falta de escopo de certos parâmetros que são esperados em cada idade da criança.
O que é impressionante é que as pessoas com o transtorno geralmente não têm um problema associado que o explique de fora. Ou seja, não são detectadas alterações físicas ou psíquicas que determinem a existência da falha de aprendizagem.
Uma criança disléxica não aprende o alfabeto e encontra dificuldades para identificar letra por letra. Os sons das palavras também se tornam estranhos, com sérios obstáculos para saber o que se está lendo, a ponto de elas mudarem as sílabas ao lê-las, substituí-las ou distorcê-las. Quando se detecta que elas têm dificuldades de interpretação, a leitura torna-se mais lenta e hesitante.
Alguns autores concentram a definição do problema na capacidade de decodificar a mensagem. Ou seja, a criança com dislexia não desenvolveu a capacidade de assumir o código com o qual os outros falam, então algo impede a transformação da palavra em significado.
Continue lendo: Disartria: causas, sintomas e tratamento
Sintomas para diagnosticar a dislexia
Chegar ao diagnóstico de dislexia é complicado pois depende da interpretação dos profissionais de saúde. Na ausência de provas confirmatórias completas, são atendidos critérios para estabelecer a presença do transtorno.
Dificuldade de leitura
Este é, talvez, o sinal inicial e mais proeminente. Na dislexia, a criança lê mal porque usa múltiplas ferramentas para chegar a um suposto significado de palavras.
Troca uma letra para outra, modifica sílabas, palavras e sons, repete e lê muito lentamente. Uma vez que tenha terminado a leitura, não sabe o que o texto disse, já que o som do alfabeto não corresponde a um significado cognitivo já elaborado em sua mente.
Problemas de escrita
A dificuldade de leitura, sem dúvida, afeta a escrita. Na dislexia há uma repetição dos erros do ponto anterior quando se trata de colocar pensamentos em escrita. As letras são omitidas, os hífens são alterados, as marcas de pontuação não estão no lugar e tornam o texto ilegível.
A sintaxe disléxica é pobre porque não tem ferramentas adequadas para se expressar. Nem sempre, mas às vezes, o rabiscar das letras também se altera, sendo mais um sinal de dificuldade.
Transtorno focado na lectoescrita
Não é incomum que crianças disléxicas despertem a curiosidade dos professores por terem uma capacidade intelectual muito boa para quase tudo. Não há atraso mental, de forma alguma, e o amadurecimento de grande parte das áreas de desenvolvimento está dentro dos parâmetros esperados.
Obstáculos para alcançar tarefas léxicas
Na escola, que acaba por ser o local de triagem primária da dislexia, os alunos com o problema não realizam tarefas linguísticas corretamente. Se solicitados a apontar letras maiúsculas ou encontrar palavras em uma sopa de letras, eles se perdem na tarefa.
O problema de ordem e sequenciamento às vezes se estende para outras áreas mais matemáticas e geométricas, embora esta não seja a regra. Quando essa expansão da dificuldade acontece, as crianças não aprendem a multiplicar ou a sequenciar os dias da semana, por exemplo.
Comportamento alterado
A suspeita pode ser alcançada e a dislexia diagnosticada quando um estresse muito perceptível afeta a vida das crianças que lutam para aprender na escola. O atraso diante da evolução de seus pares é suficiente para despertar sintomas emocionais.
Distúrbios comportamentais tendem a ser relativizados em estabelecimentos educacionais. Supõe-se que um pequeno problema seja uma consequência do seu desinteresse em aprender, e vice-versa. Aos poucos, o disléxico entra em uma categoria de estudante de “segunda classe”, com quem não é necessário perder tempo porque não vai aprender.
Há pacientes que são diagnosticados com depressão antes da dislexia ser detectada, e o tempo perdido no nome errado que é dado à sua condição atrasa a ajuda profissional. Até mesmo os medicamentos prescritos não ajudam.
Saiba mais: Benefícios da música no desenvolvimento de bebês
Quem pode diagnosticar a dislexia?
Como não existem métodos de diagnóstico complementares, como ressonâncias magnéticas ou tomografias cerebrais, que levem ao diagnóstico, é válido se perguntar: quem faz o diagnóstico e como?
Dentro dos transtornos de aprendizagem e sua abordagem, diríamos que psicopedagogos, fonoaudiólogos e neuropsicólogos são os especialistas treinados para essa tarefa. Por meio de testes e avaliações conjuntas, equipes multidisciplinares podem atender a critérios que levantam suspeitas.
Ao final, um relatório assinado pela equipe de saúde será o atestado de diagnóstico e, ao mesmo tempo, a resposta positiva obtida a partir dos estímulos certos para a dislexia apoiará a opinião dos especialistas. O próximo passo é o compromisso familiar e educacional de adaptar o processo de aquisição de conhecimento à jornada de cada criança.
Não há necessidade de ter medo de consultar e conversar abertamente com os gabinetes psicopedagógicos que estão nas escolas e centros de saúde. Como pais ou cuidadores, obter um diagnóstico de dislexia a tempo pode mudar completamente a evolução futura de uma criança.
Diagnosticar a dislexia é um processo que não deve ser curto ou rápido. Pelo contrário, as equipes de saúde demoram a determinar a existência do transtorno, já que o mesmo abre uma gama de possíveis tratamentos e abordagens futuras.
A qualidade de vida de uma pessoa com dislexia pode ser boa, mas isso dependerá da detecção precoce e do apoio subsequente. O tratamento multidisciplinar é a chave para incorporar o paciente à vida normal e social.
O que é a dislexia?
Para diagnosticar a dislexia, devemos começar definindo-a. Basicamente, é um transtorno de aprendizagem, especificamente de leitura e escrita, com início na infância, associado à falta de escopo de certos parâmetros que são esperados em cada idade da criança.
O que é impressionante é que as pessoas com o transtorno geralmente não têm um problema associado que o explique de fora. Ou seja, não são detectadas alterações físicas ou psíquicas que determinem a existência da falha de aprendizagem.
Uma criança disléxica não aprende o alfabeto e encontra dificuldades para identificar letra por letra. Os sons das palavras também se tornam estranhos, com sérios obstáculos para saber o que se está lendo, a ponto de elas mudarem as sílabas ao lê-las, substituí-las ou distorcê-las. Quando se detecta que elas têm dificuldades de interpretação, a leitura torna-se mais lenta e hesitante.
Alguns autores concentram a definição do problema na capacidade de decodificar a mensagem. Ou seja, a criança com dislexia não desenvolveu a capacidade de assumir o código com o qual os outros falam, então algo impede a transformação da palavra em significado.
Continue lendo: Disartria: causas, sintomas e tratamento
Sintomas para diagnosticar a dislexia
Chegar ao diagnóstico de dislexia é complicado pois depende da interpretação dos profissionais de saúde. Na ausência de provas confirmatórias completas, são atendidos critérios para estabelecer a presença do transtorno.
Dificuldade de leitura
Este é, talvez, o sinal inicial e mais proeminente. Na dislexia, a criança lê mal porque usa múltiplas ferramentas para chegar a um suposto significado de palavras.
Troca uma letra para outra, modifica sílabas, palavras e sons, repete e lê muito lentamente. Uma vez que tenha terminado a leitura, não sabe o que o texto disse, já que o som do alfabeto não corresponde a um significado cognitivo já elaborado em sua mente.
Problemas de escrita
A dificuldade de leitura, sem dúvida, afeta a escrita. Na dislexia há uma repetição dos erros do ponto anterior quando se trata de colocar pensamentos em escrita. As letras são omitidas, os hífens são alterados, as marcas de pontuação não estão no lugar e tornam o texto ilegível.
A sintaxe disléxica é pobre porque não tem ferramentas adequadas para se expressar. Nem sempre, mas às vezes, o rabiscar das letras também se altera, sendo mais um sinal de dificuldade.
Transtorno focado na lectoescrita
Não é incomum que crianças disléxicas despertem a curiosidade dos professores por terem uma capacidade intelectual muito boa para quase tudo. Não há atraso mental, de forma alguma, e o amadurecimento de grande parte das áreas de desenvolvimento está dentro dos parâmetros esperados.
Obstáculos para alcançar tarefas léxicas
Na escola, que acaba por ser o local de triagem primária da dislexia, os alunos com o problema não realizam tarefas linguísticas corretamente. Se solicitados a apontar letras maiúsculas ou encontrar palavras em uma sopa de letras, eles se perdem na tarefa.
O problema de ordem e sequenciamento às vezes se estende para outras áreas mais matemáticas e geométricas, embora esta não seja a regra. Quando essa expansão da dificuldade acontece, as crianças não aprendem a multiplicar ou a sequenciar os dias da semana, por exemplo.
Comportamento alterado
A suspeita pode ser alcançada e a dislexia diagnosticada quando um estresse muito perceptível afeta a vida das crianças que lutam para aprender na escola. O atraso diante da evolução de seus pares é suficiente para despertar sintomas emocionais.
Distúrbios comportamentais tendem a ser relativizados em estabelecimentos educacionais. Supõe-se que um pequeno problema seja uma consequência do seu desinteresse em aprender, e vice-versa. Aos poucos, o disléxico entra em uma categoria de estudante de “segunda classe”, com quem não é necessário perder tempo porque não vai aprender.
Há pacientes que são diagnosticados com depressão antes da dislexia ser detectada, e o tempo perdido no nome errado que é dado à sua condição atrasa a ajuda profissional. Até mesmo os medicamentos prescritos não ajudam.
Saiba mais: Benefícios da música no desenvolvimento de bebês
Quem pode diagnosticar a dislexia?
Como não existem métodos de diagnóstico complementares, como ressonâncias magnéticas ou tomografias cerebrais, que levem ao diagnóstico, é válido se perguntar: quem faz o diagnóstico e como?
Dentro dos transtornos de aprendizagem e sua abordagem, diríamos que psicopedagogos, fonoaudiólogos e neuropsicólogos são os especialistas treinados para essa tarefa. Por meio de testes e avaliações conjuntas, equipes multidisciplinares podem atender a critérios que levantam suspeitas.
Ao final, um relatório assinado pela equipe de saúde será o atestado de diagnóstico e, ao mesmo tempo, a resposta positiva obtida a partir dos estímulos certos para a dislexia apoiará a opinião dos especialistas. O próximo passo é o compromisso familiar e educacional de adaptar o processo de aquisição de conhecimento à jornada de cada criança.
Não há necessidade de ter medo de consultar e conversar abertamente com os gabinetes psicopedagógicos que estão nas escolas e centros de saúde. Como pais ou cuidadores, obter um diagnóstico de dislexia a tempo pode mudar completamente a evolução futura de uma criança.
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