Logo image
Logo image

Calçado ortopédico infantil: quando ele é necessário?

6 minutos
Na maioria dos casos não se trata de uma má-formação, mas sim da evolução normal dos pés. Descubra quando os sapatos ortopédicos realmente são necessários para as crianças.
Calçado ortopédico infantil: quando ele é necessário?
Escrito por Ana Núñez
Última atualização: 23 agosto, 2022

Você percebeu que seu filho tem os pés chatos ou as pernas arqueadas? Se ele tem menos de um ano e meio não é necessário se preocupar e acreditar que ele precisa de calçados ortopédicos infantis. Todas as crianças têm os pés chatos e as pernas arqueadas; esta característica está relacionada ao ambiente uterino.

Desde a década de 90, o uso desse tipo de calçados diminuiu, devido às pesquisas terem confirmado que não era corrigido nenhum tipo de má-formação, mas que se tratava de uma parte natural da evolução dos pés da criança. Para muitos especialistas, apenas os verdadeiros problemas nos membros inferiores são corrigidos com tratamentos e, em último caso, cirurgia.

No entanto, se algo te preocupa em relação às pernas ou joelhos do seu filho, não se esqueça de consultar um especialista ou podólogo. Caso exista dor, é possível corrigir os pés para a posição correta com a ajuda de palmilhas ou talas, sempre com uma observação médica constante. Continue lendo para descobrir quando os calçados ortopédicos infantis são realmente necessários.

Descubra: Bebida de dente-de-leão: um remédio caseiro para cuidar dos seus ossos

Casos observados frequentemente

Some figure
Os especialistas recomendam que as crianças andem descalças para promover um bom desenvolvimento dos pés.

Os protocolos atuais não recomendam o uso precoce de calçados ortopédicos infantis. Em vez disso eles defendem a observação, para dar à criança tempo suficiente para crescer e se desenvolver.

Muitas “más-formações” do passado desapareceram com o tempo, e não por causa do efeito benéfico das órteses. Entre as dificuldades frequentes destacavam-se: pés chatos, hábito de apoiar a sustentação na parte interna do pé ou pernas arqueadas.

Pé plano ou “chato”

O pé do bebê possui uma camada de gordura que cobre o arco plantar. Isso ocorre porque os ligamentos estão frouxos, e dão a aparência de um pé chato. Portanto, uma vez que se trata de condição natural e para que esta não seja confundida com uma anomalia, seria apropriado falar de um pé “achatado”.

Por exemplo, pés planos flexíveis não são garantidos por calçados ortopédicos infantis, mas sim pela realização de exercícios de reabilitação. Pés planos rígidos de fato requerem tratamento e, em alguns casos, cirurgia. Ao contrário dos pés planos, os pés cavos apresentam um arco plantar mais largo do que o normal.

Joelhos para dentro ou para fora

Por outro lado, é normal que muitas crianças entre 18 e 24 meses apresentem genu varo (joelhos afastados) ou genu valgo, ou seja, joelhos juntos entre 3 e 5 anos de idade. Este último com o calcanhar orientado para fora e o pé repousando para dentro. A grande maioria desses problemas se corrigirá espontaneamente como parte do desenvolvimento ósseo.

A criança se senta de forma confortável em W

A criança coloca os pés ou se senta com as pernas em forma de W? Isso faz parte do processo de crescimento e flexibilidade que se expressa na anteversão femoral e torção tibial. No entanto, se após os 8 anos de idade os pés tropeçam ou pisam entre si e colocam em risco a marcha da criança, a possibilidade de uma intervenção cirúrgica deve ser avaliada.

Doença de Blount

A doença de Blount é um distúrbio no crescimento da tíbia que faz com que as pernas se curvem para fora. Como a curvatura é normal até os 3 anos de idade, é necessário manter um controle médico e tratamento quando, em vez de ser corrigida com o tempo, essa curvatura aumenta.

Usar calçados ortopédicos ou não: o dilema

Entre 18 meses e 4 anos, o tratamento ortopédico é desnecessário. A frouxidão dos ligamentos produz tropeços durante os passos e fraqueza musculoesquelética, mas que está mais relacionada à pouca prática do que a um pé chato. Tenha paciência e estimule a criança, deixando-a andar descalça na praia e brincar de pegar objetos com os pés. Se tudo estiver bem, entre as idades de 6 e 8 anos o arco estará formado.

Sapatos ortopédicos infantis feitos sob medida atendem a uma necessidade terapêutica, mas também uma exigência estética. Eles serão eficazes desde que seja mantido um tratamento regular. Porém, na maioria dos casos não existe necessidade do uso de calçados ortopédicos infantis, pois os pés estão em plena formação pelo menos até os sete ou oito anos de idade.

O podólogo é quem tem a última palavra, mas você pode fazer estes testes se julgar necessário:

  • Levante o dedão do pé do seu filho; se o calcanhar aparecer com uma forma normal, trata-se de um pé chato flexível, que se corrigirá com o tempo. Essa verificação é conhecida como Teste de Jack.
  • A outra possibilidade é realizar o Test de Heel Rise: se ao ficar na ponta dos pés o pé se corrige, trata-se de um pé chato que já não estará presente após os sete anos de idade.

Caso os pés estejam flexíveis mas seja verificada uma presença incomum de dor, será necessário o uso de palmilhas, sempre sob recomendação podológica, que aliviarão as dores e proporcionarão conforto à criança.

Quando são necessários calçados ortopédicos infantis?

Some figure
A maioria dos problemas nos pés se resolve com o tempo ou através do uso de palmilhas.

Este tipo de calçado se destina a crianças com uma diminuição do arco longitudinal interno com tornozelo valgo que não pode ser corrigido no decorrer normal do tempo. O uso também é recomendado quando existe uma diferença no comprimento das extremidades inferiores.

O talipes equinovarus (também conhecido como “pé torto”) precisa ser compensado com ortopedia para aliviar os sintomas. Se procede com o uso de botas de cano alto com cordões.

No caso de amputações, o calçado permite estabelecer o comprimento do pé e garantir uma passada melhor e mais estável. Eles também são úteis no caso de pé com deformidades ósseas que dificultam uma boa marcha plantígrada.

Também pode te interessar: Como aliviar o desgaste nas articulações?

Andar descalço na praia, a melhor terapia

Entre os sete e dezoito meses, o bebê começará a aventura de caminhar por conta própria. Para fazê-lo com segurança, ele precisará de um sapato com biqueira redonda ou quadrada, uma boa aderência e sola flexível, e no máximo 3 milímetros de borracha. Em geral, um sapato macio e flexível que se ajusta perfeitamente e mantém o calcanhar dentro do calçado.

Obviamente, nada será melhor para amadurecer a musculatura dos pés do que andar descalço o maior tempo possível em um ambiente bem cuidado. Os sapatos nesta fase são essenciais para proteger a criança de possíveis lesões, mas não para ajudá-la a andar.

Sapatos rígidos e apertados podem provocar deformidade e afetar a mobilidade da criança. Somente se houver dor ou desconforto relacionado a anormalidades nos pés é necessário procurar a ajuda de um podólogo para avaliar a situação. Boa parte das dificuldades desaparecem com o tempo, reabilitação ou palmilhas adequadas para cada caso.

Você percebeu que seu filho tem os pés chatos ou as pernas arqueadas? Se ele tem menos de um ano e meio não é necessário se preocupar e acreditar que ele precisa de calçados ortopédicos infantis. Todas as crianças têm os pés chatos e as pernas arqueadas; esta característica está relacionada ao ambiente uterino.

Desde a década de 90, o uso desse tipo de calçados diminuiu, devido às pesquisas terem confirmado que não era corrigido nenhum tipo de má-formação, mas que se tratava de uma parte natural da evolução dos pés da criança. Para muitos especialistas, apenas os verdadeiros problemas nos membros inferiores são corrigidos com tratamentos e, em último caso, cirurgia.

No entanto, se algo te preocupa em relação às pernas ou joelhos do seu filho, não se esqueça de consultar um especialista ou podólogo. Caso exista dor, é possível corrigir os pés para a posição correta com a ajuda de palmilhas ou talas, sempre com uma observação médica constante. Continue lendo para descobrir quando os calçados ortopédicos infantis são realmente necessários.

Descubra: Bebida de dente-de-leão: um remédio caseiro para cuidar dos seus ossos

Casos observados frequentemente

Some figure
Os especialistas recomendam que as crianças andem descalças para promover um bom desenvolvimento dos pés.

Os protocolos atuais não recomendam o uso precoce de calçados ortopédicos infantis. Em vez disso eles defendem a observação, para dar à criança tempo suficiente para crescer e se desenvolver.

Muitas “más-formações” do passado desapareceram com o tempo, e não por causa do efeito benéfico das órteses. Entre as dificuldades frequentes destacavam-se: pés chatos, hábito de apoiar a sustentação na parte interna do pé ou pernas arqueadas.

Pé plano ou “chato”

O pé do bebê possui uma camada de gordura que cobre o arco plantar. Isso ocorre porque os ligamentos estão frouxos, e dão a aparência de um pé chato. Portanto, uma vez que se trata de condição natural e para que esta não seja confundida com uma anomalia, seria apropriado falar de um pé “achatado”.

Por exemplo, pés planos flexíveis não são garantidos por calçados ortopédicos infantis, mas sim pela realização de exercícios de reabilitação. Pés planos rígidos de fato requerem tratamento e, em alguns casos, cirurgia. Ao contrário dos pés planos, os pés cavos apresentam um arco plantar mais largo do que o normal.

Joelhos para dentro ou para fora

Por outro lado, é normal que muitas crianças entre 18 e 24 meses apresentem genu varo (joelhos afastados) ou genu valgo, ou seja, joelhos juntos entre 3 e 5 anos de idade. Este último com o calcanhar orientado para fora e o pé repousando para dentro. A grande maioria desses problemas se corrigirá espontaneamente como parte do desenvolvimento ósseo.

A criança se senta de forma confortável em W

A criança coloca os pés ou se senta com as pernas em forma de W? Isso faz parte do processo de crescimento e flexibilidade que se expressa na anteversão femoral e torção tibial. No entanto, se após os 8 anos de idade os pés tropeçam ou pisam entre si e colocam em risco a marcha da criança, a possibilidade de uma intervenção cirúrgica deve ser avaliada.

Doença de Blount

A doença de Blount é um distúrbio no crescimento da tíbia que faz com que as pernas se curvem para fora. Como a curvatura é normal até os 3 anos de idade, é necessário manter um controle médico e tratamento quando, em vez de ser corrigida com o tempo, essa curvatura aumenta.

Usar calçados ortopédicos ou não: o dilema

Entre 18 meses e 4 anos, o tratamento ortopédico é desnecessário. A frouxidão dos ligamentos produz tropeços durante os passos e fraqueza musculoesquelética, mas que está mais relacionada à pouca prática do que a um pé chato. Tenha paciência e estimule a criança, deixando-a andar descalça na praia e brincar de pegar objetos com os pés. Se tudo estiver bem, entre as idades de 6 e 8 anos o arco estará formado.

Sapatos ortopédicos infantis feitos sob medida atendem a uma necessidade terapêutica, mas também uma exigência estética. Eles serão eficazes desde que seja mantido um tratamento regular. Porém, na maioria dos casos não existe necessidade do uso de calçados ortopédicos infantis, pois os pés estão em plena formação pelo menos até os sete ou oito anos de idade.

O podólogo é quem tem a última palavra, mas você pode fazer estes testes se julgar necessário:

  • Levante o dedão do pé do seu filho; se o calcanhar aparecer com uma forma normal, trata-se de um pé chato flexível, que se corrigirá com o tempo. Essa verificação é conhecida como Teste de Jack.
  • A outra possibilidade é realizar o Test de Heel Rise: se ao ficar na ponta dos pés o pé se corrige, trata-se de um pé chato que já não estará presente após os sete anos de idade.

Caso os pés estejam flexíveis mas seja verificada uma presença incomum de dor, será necessário o uso de palmilhas, sempre sob recomendação podológica, que aliviarão as dores e proporcionarão conforto à criança.

Quando são necessários calçados ortopédicos infantis?

Some figure
A maioria dos problemas nos pés se resolve com o tempo ou através do uso de palmilhas.

Este tipo de calçado se destina a crianças com uma diminuição do arco longitudinal interno com tornozelo valgo que não pode ser corrigido no decorrer normal do tempo. O uso também é recomendado quando existe uma diferença no comprimento das extremidades inferiores.

O talipes equinovarus (também conhecido como “pé torto”) precisa ser compensado com ortopedia para aliviar os sintomas. Se procede com o uso de botas de cano alto com cordões.

No caso de amputações, o calçado permite estabelecer o comprimento do pé e garantir uma passada melhor e mais estável. Eles também são úteis no caso de pé com deformidades ósseas que dificultam uma boa marcha plantígrada.

Também pode te interessar: Como aliviar o desgaste nas articulações?

Andar descalço na praia, a melhor terapia

Entre os sete e dezoito meses, o bebê começará a aventura de caminhar por conta própria. Para fazê-lo com segurança, ele precisará de um sapato com biqueira redonda ou quadrada, uma boa aderência e sola flexível, e no máximo 3 milímetros de borracha. Em geral, um sapato macio e flexível que se ajusta perfeitamente e mantém o calcanhar dentro do calçado.

Obviamente, nada será melhor para amadurecer a musculatura dos pés do que andar descalço o maior tempo possível em um ambiente bem cuidado. Os sapatos nesta fase são essenciais para proteger a criança de possíveis lesões, mas não para ajudá-la a andar.

Sapatos rígidos e apertados podem provocar deformidade e afetar a mobilidade da criança. Somente se houver dor ou desconforto relacionado a anormalidades nos pés é necessário procurar a ajuda de um podólogo para avaliar a situação. Boa parte das dificuldades desaparecem com o tempo, reabilitação ou palmilhas adequadas para cada caso.


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


  • Brunon, A., Maitre, M., Petiot, S., Romain, M., & Pélissier, J. (2004). Zapatos ortopédicos. EMC-Kinesiterapia-Medicina Física, 25(4), 1-10. Disponible en: https://es.scribd.com/doc/52798013/zapatos-ortopedicos
  • Marchena, A., Cortés, M., & Noguerón, G. G. (2013). Revisión bibliográfica de los tratamientos del pie plano flexible. Análisis retrospectivo (1977-2011). Revista Internacional de Ciencias Podológicas (1), 9-22. Disponible en: https://core.ac.uk/download/pdf/38810242.pdf
  • Martin, L. Propuesta de protocolo para seguimiento ortopédico infantil en atención primaria. Sociedad gallega de traumatología y ortopedia. Disponible en: https://copomur.es/wp-content/uploads/2018/12/PROTOCOLO-DE-SEGUIMIENTO-ORTOPEDICO-INFANTIL-EN-PRIMARIA-copia.pdf
  • Rivera, C. M. A. (1999). Conceptos actuales acerca del pie plano en los niños. Revista Mexicana de Pediatría, 66(6), 257-259. Disponible en: https://www.medigraphic.com/pdfs/pediat/sp-1999/sp996g.pdf

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.