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Aposentada se forma aos 72 e vai fazer faculdade

3 minutos
Maria Nascimento, uma aposentada de 73 anos, é a prova de que nunca é tarde para realizar sonhos. Ela voltou a estudar, concluiu o ensino fundamental, depois o médio e agora o próximo passo é entrar na faculdade para cursar Psicologia.
Aposentada se forma aos 72 e vai fazer faculdade
Escrito por Equipe Editorial
Última atualização: 25 novembro, 2022

Maria Nascimento da Silva, natural de Correntes, em Pernambuco, de 73 anos, teve que esperar muitas décadas para conseguir concluir a educação básica, um sonho que ela carregava desde criança.

“Sempre tive muita vontade de estudar e ter um diploma”, diz.

Após perder o marido, há oito anos, ela foi encorajada pelos três filhos e familiares a encarar o desafio de voltar a estudar.

O recomeço foi em 2017, quando ela, aos 68 anos, ingressou no primeiro ano do ensino fundamental por meio do EJA (Ensino para Jovens e Adultos). A conclusão desse primeiro período veio após dois anos.

Em 2021, a moradora concluiu também o ensino médio. Hoje ela faz um curso técnico em Recursos Humanos no CEU (Centro Educacional Unificado) Perus, enquanto planeja o passo seguinte: ingressar no ensino superior.

A história de Maria

Aos seis anos, ela se mudou com os pais para Arapongas, no Paraná, e foi lá que ela, a caçula de nove irmãos, foi a única da família a chegar ao terceiro ano do fundamental.

“A escola era muito longe de casa. Morávamos em uma fazenda e meu pai tinha que nos levar a pé. Saímos de casa às 8h para entrar às 13h. E voltávamos tarde da noite”.

“Sem falar que ele tinha que trabalhar e não podia nos acompanhar sempre. Por isso, não íamos todos os dias à escola”, se lembra.

Diante das dificuldades, aos 10 anos, ela teve que deixar os estudos de lado.

“Mas eu vivia com papel e lápis nas mãos. Gostava de brincar de ser professora e pedia aos meus pais para voltar à escola”, conta ela. Mas, infelizmente, isso aconteceu.

Aos 16 anos de idade, Maria se casou. Anos depois teve o primeiro filho e logo a família mudou para Ouro Verde de Minas, em Minas Gerais, onde nasceram os outros dois filhos do casal. Passada uma década, a família migrou para São Paulo, onde vive há 35 anos.

Mesmo assim, ela nunca deixou de sonhar com o retorno à sala de aula. “Meu marido não concordava que eu estudasse. No início, ele dizia que eu tinha que cuidar das crianças e da casa”, relembra.

Depois, quando passou a trabalhar fora de casa como cozinheira, costureira e faxineira, o argumento era que “estudar de noite seria perigoso”. “Sou de uma época em que a mulher era muito submissa ao marido, então nunca pensei em contrariar o meu”, afirma.

Some figure

No entanto, ela sempre voltava no assunto com ele. Em 2010, chegou a fazer um curso de informática com certificado para aprender a mexer melhor no computador.

O esperado retorno à escola

Ela ainda se lembra da felicidade que tomou conta dela no primeiro dia de aula. “Até dar o horário da aula, fiquei andando em casa de um lado para o outro. Eu me olhava no espelho e dava risada sozinha”, recorda.

Apesar da euforia e ansiedade em começar o novo curso, ela se deparou com comentários de pessoas que tentavam desencorajá-la. Falavam que, quando eu chegasse no curso, onde teriam mais jovens, eles ririam de mim”, relata.

A recepção, por outro lado, foi o oposto disso. “Ao me apresentar, contei para os professores e para a diretora sobre meu receio de que rissem de mim, e tanto elas quanto os outros alunos me acolheram.”

Maria tem compartilhado a felicidade e a história com outros alunos do CEU. E, assim, ela tem inspirado muita gente a seguir firme nos estudos.

Novos desafios

Agora Maria tem novos planos: cursar a graduação de psicologia logo após o curso técnico.

“Sempre sonhei em ser psicóloga porque gosto de ouvir o que as pessoas estão sentindo. Gosto de ouvir os problemas delas porque assim vou chegando naquele eixo do porquê da dor”, detalha.

Some figure

Mesmo sabendo que ainda terá obstáculos a enfrentar, Maria garante que seguirá em frente. “Quero mostrar para os meus filhos, netos e bisnetos que não há limite de idade para estudar. Quero deixar para eles o exemplo de que estou conseguindo porque, quando temos um sonho, vamos em frente”, finaliza.

Com informações de Mural.

Maria Nascimento da Silva, natural de Correntes, em Pernambuco, de 73 anos, teve que esperar muitas décadas para conseguir concluir a educação básica, um sonho que ela carregava desde criança.

“Sempre tive muita vontade de estudar e ter um diploma”, diz.

Após perder o marido, há oito anos, ela foi encorajada pelos três filhos e familiares a encarar o desafio de voltar a estudar.

O recomeço foi em 2017, quando ela, aos 68 anos, ingressou no primeiro ano do ensino fundamental por meio do EJA (Ensino para Jovens e Adultos). A conclusão desse primeiro período veio após dois anos.

Em 2021, a moradora concluiu também o ensino médio. Hoje ela faz um curso técnico em Recursos Humanos no CEU (Centro Educacional Unificado) Perus, enquanto planeja o passo seguinte: ingressar no ensino superior.

A história de Maria

Aos seis anos, ela se mudou com os pais para Arapongas, no Paraná, e foi lá que ela, a caçula de nove irmãos, foi a única da família a chegar ao terceiro ano do fundamental.

“A escola era muito longe de casa. Morávamos em uma fazenda e meu pai tinha que nos levar a pé. Saímos de casa às 8h para entrar às 13h. E voltávamos tarde da noite”.

“Sem falar que ele tinha que trabalhar e não podia nos acompanhar sempre. Por isso, não íamos todos os dias à escola”, se lembra.

Diante das dificuldades, aos 10 anos, ela teve que deixar os estudos de lado.

“Mas eu vivia com papel e lápis nas mãos. Gostava de brincar de ser professora e pedia aos meus pais para voltar à escola”, conta ela. Mas, infelizmente, isso aconteceu.

Aos 16 anos de idade, Maria se casou. Anos depois teve o primeiro filho e logo a família mudou para Ouro Verde de Minas, em Minas Gerais, onde nasceram os outros dois filhos do casal. Passada uma década, a família migrou para São Paulo, onde vive há 35 anos.

Mesmo assim, ela nunca deixou de sonhar com o retorno à sala de aula. “Meu marido não concordava que eu estudasse. No início, ele dizia que eu tinha que cuidar das crianças e da casa”, relembra.

Depois, quando passou a trabalhar fora de casa como cozinheira, costureira e faxineira, o argumento era que “estudar de noite seria perigoso”. “Sou de uma época em que a mulher era muito submissa ao marido, então nunca pensei em contrariar o meu”, afirma.

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No entanto, ela sempre voltava no assunto com ele. Em 2010, chegou a fazer um curso de informática com certificado para aprender a mexer melhor no computador.

O esperado retorno à escola

Ela ainda se lembra da felicidade que tomou conta dela no primeiro dia de aula. “Até dar o horário da aula, fiquei andando em casa de um lado para o outro. Eu me olhava no espelho e dava risada sozinha”, recorda.

Apesar da euforia e ansiedade em começar o novo curso, ela se deparou com comentários de pessoas que tentavam desencorajá-la. Falavam que, quando eu chegasse no curso, onde teriam mais jovens, eles ririam de mim”, relata.

A recepção, por outro lado, foi o oposto disso. “Ao me apresentar, contei para os professores e para a diretora sobre meu receio de que rissem de mim, e tanto elas quanto os outros alunos me acolheram.”

Maria tem compartilhado a felicidade e a história com outros alunos do CEU. E, assim, ela tem inspirado muita gente a seguir firme nos estudos.

Novos desafios

Agora Maria tem novos planos: cursar a graduação de psicologia logo após o curso técnico.

“Sempre sonhei em ser psicóloga porque gosto de ouvir o que as pessoas estão sentindo. Gosto de ouvir os problemas delas porque assim vou chegando naquele eixo do porquê da dor”, detalha.

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Mesmo sabendo que ainda terá obstáculos a enfrentar, Maria garante que seguirá em frente. “Quero mostrar para os meus filhos, netos e bisnetos que não há limite de idade para estudar. Quero deixar para eles o exemplo de que estou conseguindo porque, quando temos um sonho, vamos em frente”, finaliza.

Com informações de Mural.

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.