9 aspectos importantes sobre a endometriose que todos deveriam saber
Escrito e verificado por o médico José Gerardo Rosciano Paganelli
Falar da endometriose é pôr sobre a mesa uma doença silenciosa que ainda habita a sombra e os recôncavos do desconhecimento social, onde se confundem termos e ideias e se faz uso e abuso dos falsos mitos e estereótipos.
A endometriose não é uma simples menstruação dolorosa. Trata-se de uma doença inflamatória na qual se desenvolve tecido endometrial fora do útero.
Estes acúmulos de tecido podem surgir no peritônio, nos ovários, no intestino, ou inclusive na bexiga. Além disso, há casos em que pode alcançar outros órgãos, tais como os pulmões.
As mulheres que vivem com esta doença sabem que não é fácil enfrentar esta condição médica da qual ainda não se tem muita informação.
O tratamento com anticoncepcionais pode ajudar a retardar ou regular a endometriose.
Porém, em muitos casos, não há outra solução a não ser se submeter a intervenções cirúrgicas complexas e a tratamentos com o objetivo de frear este ataque do próprio sistema imunológico onde o tecido cresce de forma anormal e dolorosa.
É necessário, portanto, que exista uma maior consciência social sobre esta doença, assim como um maior investimento de meios sanitários e assistenciais.
Não podemos esquecer que muitas mulheres são obrigadas a pedir dispensas constantes de seus empregos, e precisam de diferentes apoios para ter uma qualidade de vida adequada.
Neste artigo, te propomos a refletir sobre 9 dados da endometriose que todos deveríamos conhecer, tanto homens quanto mulheres.
1. A endometriose não é diagnosticada com facilidade
São muitas as mulheres que vivem uma saga de visitas a médicos e ginecologistas sem que conheçam a razão de sua dor, de seu mal-estar, de seus sangramentos excessivos, de seus ciclos anormais ou inclusive de sua infertilidade.
Estes sintomas podem começar desde as primeiras menstruações, ainda na adolescência. As únicas maneiras de diagnosticar a endometriose são a laparoscopia pélvica ou a ecografia transvaginal.
2. Apresenta sintomas muito variados
A endometriose não se caracteriza só por períodos menstruais dolorosos ou pela infertilidade. Outros sintomas associados são:
- Ovulação dolorosa
- Dor durante ou depois da relação sexual
- Sangramento anormal
- Dor pélvica crônica
- Fadiga
3. Não, a endometriose não é sinônimo de infertilidade
Este dado é importante para muitas mulheres que acabaram de receber o diagnóstico da endometriose.
Sofrer desta doença não significa que as possibilidades de serem mães são nulas.
Entre 30% e 40% das mulheres com endometriose não serão capazes de ter filhos de forma natural. No entanto, com as técnicas atuais de reprodução assistida há mais probabilidades de conseguir.
4. Uma em cada dez mulheres sofre de endometriose
Sabe-se que estamos diante de uma patologia crônica de causas ainda desconhecidas que afeta uma em cada 10 mulheres. Pôde-se demonstrar, por exemplo, que há certa pré-disposição genética.
Dentre as pistas que podem desencadear o desenvolvimento da endometriose estão as seguintes características:
- Primeira menstruação precoce
- Ciclos menstruais regulares, mas muito curtos (de menos de 27 dias)
- Menstruações de mais de uma semana
- Menopausa tardia
5. É uma doença inflamatória ou autoimune?
A endometriose é uma doença inflamatória que afeta ao sistema imunológico. No entanto, ainda assim os médicos afirmam que estamos diante de uma doença autoimune.
6. Nem todas as mulheres passam pela endometriose da mesma forma
A endometriose afeta cada mulher de uma maneira diferente. Isso significa, em primeiro lugar, que um mesmo tratamento não servirá para todas as pacientes.
Há mulheres que não têm muitos problemas em seu dia a dia. Outras, em contrapartida, precisam inclusive de uma sonda para poder urinar sem dor, algumas precisam fazer uso de muletas porque não conseguem andar…
Leia também: 9 coisas que a menstruação pode dizer sobre a sua saúde
7. Os tratamentos hormonais ajudam, mas não são a solução em todos os casos
A endometriose precisa da presença do estrogênio para desencadear esse crescimento anormal do tecido.
Os tratamentos hormonais que retardam ou detêm a produção de estrogênio, portanto, ajudam. Assim, o anticoncepcional oral de progestina é geralmente o tratamento mais utilizado.
8. A endometriose se intensifica com uma vida sedentária
Caso haja o diagnóstico de endometriose, é necessário o sedentarismo.
Sabemos que quando sofremos de uma dor crônica, é muito complicado sair de casa, ir à academia, sair para caminhar… Porém, a sintomatologia se intensifica se não nos mexermos.
9. A incompreensão do entorno também dói
“Sempre falta ao trabalho, inventa muito”, “sempre está se queixando, parece que é de vidro, tudo lhe dói”, “é muito frágil, sempre está cansada, não sei no que está pensando ao manter essa atitude pessimista”.
- Estes costumam ser os comentários mais comuns que as mulheres que sofrem de endometriose escutam ao seu redor.
- A isso podemos somar, em ocasiões, os problemas no relacionamento, e a dor que algumas experimentam durante as relações sexuais.
- Estamos, portanto, diante de uma doença muito complexa na qual a limitação e o sofrimento físico são acompanhados pelos problemas sociais, pelo desconhecimento, e inclusive pela rejeição.
Não deixe de ler: 7 coisas que deve saber a Síndrome de Ovário Policístico
Essa doença, com certeza, precisa de uma visibilidade maior. Uma compreensão maior e, antes de tudo, respeito, sensibilidade, e um bom apoio psicossocial para que a doença não seja associada à solidão, à rejeição.
Falar da endometriose é pôr sobre a mesa uma doença silenciosa que ainda habita a sombra e os recôncavos do desconhecimento social, onde se confundem termos e ideias e se faz uso e abuso dos falsos mitos e estereótipos.
A endometriose não é uma simples menstruação dolorosa. Trata-se de uma doença inflamatória na qual se desenvolve tecido endometrial fora do útero.
Estes acúmulos de tecido podem surgir no peritônio, nos ovários, no intestino, ou inclusive na bexiga. Além disso, há casos em que pode alcançar outros órgãos, tais como os pulmões.
As mulheres que vivem com esta doença sabem que não é fácil enfrentar esta condição médica da qual ainda não se tem muita informação.
O tratamento com anticoncepcionais pode ajudar a retardar ou regular a endometriose.
Porém, em muitos casos, não há outra solução a não ser se submeter a intervenções cirúrgicas complexas e a tratamentos com o objetivo de frear este ataque do próprio sistema imunológico onde o tecido cresce de forma anormal e dolorosa.
É necessário, portanto, que exista uma maior consciência social sobre esta doença, assim como um maior investimento de meios sanitários e assistenciais.
Não podemos esquecer que muitas mulheres são obrigadas a pedir dispensas constantes de seus empregos, e precisam de diferentes apoios para ter uma qualidade de vida adequada.
Neste artigo, te propomos a refletir sobre 9 dados da endometriose que todos deveríamos conhecer, tanto homens quanto mulheres.
1. A endometriose não é diagnosticada com facilidade
São muitas as mulheres que vivem uma saga de visitas a médicos e ginecologistas sem que conheçam a razão de sua dor, de seu mal-estar, de seus sangramentos excessivos, de seus ciclos anormais ou inclusive de sua infertilidade.
Estes sintomas podem começar desde as primeiras menstruações, ainda na adolescência. As únicas maneiras de diagnosticar a endometriose são a laparoscopia pélvica ou a ecografia transvaginal.
2. Apresenta sintomas muito variados
A endometriose não se caracteriza só por períodos menstruais dolorosos ou pela infertilidade. Outros sintomas associados são:
- Ovulação dolorosa
- Dor durante ou depois da relação sexual
- Sangramento anormal
- Dor pélvica crônica
- Fadiga
3. Não, a endometriose não é sinônimo de infertilidade
Este dado é importante para muitas mulheres que acabaram de receber o diagnóstico da endometriose.
Sofrer desta doença não significa que as possibilidades de serem mães são nulas.
Entre 30% e 40% das mulheres com endometriose não serão capazes de ter filhos de forma natural. No entanto, com as técnicas atuais de reprodução assistida há mais probabilidades de conseguir.
4. Uma em cada dez mulheres sofre de endometriose
Sabe-se que estamos diante de uma patologia crônica de causas ainda desconhecidas que afeta uma em cada 10 mulheres. Pôde-se demonstrar, por exemplo, que há certa pré-disposição genética.
Dentre as pistas que podem desencadear o desenvolvimento da endometriose estão as seguintes características:
- Primeira menstruação precoce
- Ciclos menstruais regulares, mas muito curtos (de menos de 27 dias)
- Menstruações de mais de uma semana
- Menopausa tardia
5. É uma doença inflamatória ou autoimune?
A endometriose é uma doença inflamatória que afeta ao sistema imunológico. No entanto, ainda assim os médicos afirmam que estamos diante de uma doença autoimune.
6. Nem todas as mulheres passam pela endometriose da mesma forma
A endometriose afeta cada mulher de uma maneira diferente. Isso significa, em primeiro lugar, que um mesmo tratamento não servirá para todas as pacientes.
Há mulheres que não têm muitos problemas em seu dia a dia. Outras, em contrapartida, precisam inclusive de uma sonda para poder urinar sem dor, algumas precisam fazer uso de muletas porque não conseguem andar…
Leia também: 9 coisas que a menstruação pode dizer sobre a sua saúde
7. Os tratamentos hormonais ajudam, mas não são a solução em todos os casos
A endometriose precisa da presença do estrogênio para desencadear esse crescimento anormal do tecido.
Os tratamentos hormonais que retardam ou detêm a produção de estrogênio, portanto, ajudam. Assim, o anticoncepcional oral de progestina é geralmente o tratamento mais utilizado.
8. A endometriose se intensifica com uma vida sedentária
Caso haja o diagnóstico de endometriose, é necessário o sedentarismo.
Sabemos que quando sofremos de uma dor crônica, é muito complicado sair de casa, ir à academia, sair para caminhar… Porém, a sintomatologia se intensifica se não nos mexermos.
9. A incompreensão do entorno também dói
“Sempre falta ao trabalho, inventa muito”, “sempre está se queixando, parece que é de vidro, tudo lhe dói”, “é muito frágil, sempre está cansada, não sei no que está pensando ao manter essa atitude pessimista”.
- Estes costumam ser os comentários mais comuns que as mulheres que sofrem de endometriose escutam ao seu redor.
- A isso podemos somar, em ocasiões, os problemas no relacionamento, e a dor que algumas experimentam durante as relações sexuais.
- Estamos, portanto, diante de uma doença muito complexa na qual a limitação e o sofrimento físico são acompanhados pelos problemas sociais, pelo desconhecimento, e inclusive pela rejeição.
Não deixe de ler: 7 coisas que deve saber a Síndrome de Ovário Policístico
Essa doença, com certeza, precisa de uma visibilidade maior. Uma compreensão maior e, antes de tudo, respeito, sensibilidade, e um bom apoio psicossocial para que a doença não seja associada à solidão, à rejeição.
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