6 feridas emocionais que trazemos da infância

Muitas vezes, as pessoas são afetadas por experiências vivenciadas na infância. Leia o artigo e descubra como evitar experiências dolorosas para seus filhos.
6 feridas emocionais que trazemos da infância

Última atualização: 20 janeiro, 2021

Será que carregamos feridas emocionais desde pequenos? Algumas experiências negativas da infância podem afetar nossa saúde mental durante o crescimento e, depois, na idade adulta.

As experiências que vivemos quando crianças são um fator determinante na construção da nossa personalidade adulta. Na infância, definimos em parte quem somos e como encaramos a vida.

As feridas emocionais que trazemos da infância são produto de más experiências que marcaram essa fase. Embora tais eventos tenham ocorrido há muito tempo, eles deixam uma marca em nossas vidas e, portanto, na idade adulta continuamos a sentir os medos característicos dessa época.

Por essa razão, é muito importante ajudar nossos filhos a controlar suas emoções e superar seus medos. Como pais, é necessário entender que se trata de trabalhar em equipe.

Quais são as feridas emocionais que trazemos da infância?

A maioria dos problemas psicológicos que temos tem sua origem nos traumas emocionais que sofremos na infância. Nossa personalidade e atitude em relação às diferentes situações que enfrentamos na vida são altamente influenciadas pelas experiências que vivemos durante nossos primeiros anos de vida.

Menino com sinais de feridas emocionais

Caso essas experiências tenham sido traumáticas e gerado grande sofrimento, é mais provável que esses medos nos acompanhem na idade adulta. Da mesma forma, quando temos que enfrentar certas situações de tensão, reagimos de maneira infantil.

Se tivermos vivido momentos de crise na infância, nossa criança interior que sofreu humilhação, que foi traída ou que teve baixa autoestima é externalizada e evidencia nossos medos mais profundos. Portanto, é normal que as feridas emocionais que temos desde pequenos persistam em nosso interior e permaneçam vigentes em nosso presente.

1. Humilhação

Se em algum momento os colegas de classe, familiares ou parentes zombaram, ou desaprovaram algum traço ou atitude durante a infância da pessoa, isso pode ter gerado uma personalidade introvertida e sérios complexos.

A criança vítima de críticas destrutivas pode ter se tornado uma pessoa implacável que quer que os outros sofram o que ela sofreu, segundo informações da publicação Unseen wounds: The contribution of psychological maltreatment to child and adolescent mental health and risk outcomes (Feridas invisíveis: a contribuição dos maus-tratos psicológicos para a saúde mental de crianças e adolescentes e os resultados de risco, em tradução livre).

2. Medo do abandono

Menino demonstrando feridas emocionais por falta de apego
As crianças que cresceram em constante abandono procuram compensar essa falta na idade adulta. É por isso que muitas vezes abandonam seus parceiros ou projetos cedo, por medo de serem abandonados primeiro.

Algo como “Eu vou te deixar antes que você me deixe”, “Se você for, é melhor não voltar” ou “Como ninguém me apoia, por que eu devo aguentar isso?”. Um artigo de BMJ Journals afirma que quem tem medo do abandono devem trabalhar seu medo da rejeição, as barreiras individuais, a solidão e, acima de tudo, o contato físico.

3. Problemas de autoestima

Uma boa autoestima se desenvolve durante a infância, principalmente no núcleo familiar. Se os pais não forem capazes aceitar seus filhos e amá-los como eles são, as crianças sentirão que precisam mudar para atender às nossas expectativas.

Cada criança tem características e habilidades que a tornam única e diferente. Quando seu filho fala sobre uma conquista que o faz se sentir orgulho de si mesmo, expresse sua alegria com um gesto de carinho. Dessa forma, ele saberá que é amado e valorizado por seus pais. Isso aumentará sua autoestima e fará com que ele se sinta bem consigo mesmo.

Pessoas com baixa autoestima são caracterizadas por serem indecisas, preguiçosas, desanimadas, pessimistas e facilmente envergonhadas. Por essa razão, promover uma boa autoestima em nossos filhos é uma tarefa fundamental durante todo o seu crescimento.

4. Injustiça

Quando uma criança é constantemente reprimida de forma injusta ou exagerada por suas falhas, ela se torna insegura. A injustiça é uma das feridas emocionais que temos desde a infância e que pode nos transformar em pessoas com uma visão muito negativa da vida.

Além disso, aqueles que não tiveram tratamento justo durante a infância, criticam de maneira desproporcional todos que os rodeiam, como um efeito-espelho do que viveram.

5. Ansiedade de separação

Durante a infância, o medo de ficar sozinho ou longe dos pais forma um adulto carente de afeto que faria qualquer coisa por uma demonstração de amor. As pessoas que têm ansiedade de separação são caracterizadas por serem tímidas, inseguras e submissas.

Menino com feridas emocionais por estar sempre sozinho

6. Traição

Se um pai não cumpre as promessas que faz ao filho e suas expectativas não se realizarem, essas pessoas acabam se tornando desconfiadas e pouco sociáveis. O respeito e a lealdade com as crianças irão torná-los adultos mais seguros no futuro. Enganar uma criança é tirar sua ingenuidade e substituí-la por malícia.

As feridas emocionais que trazemos da infância nos condicionam

As feridas emocionais que trazemos desde a infância determinam nossa maneira de ver e encarar a vida. Se não quisermos que nossos filhos cresçam com algum trauma emocional, precisamos prestar o máximo de atenção possível à sua criação. É importante ter um papel ativo durante o seu crescimento e não delegar essa responsabilidade a terceiros.

Devemos lembrar que cada criança é única e desenvolve suas habilidades em seu próprio ritmo. É por isso que devemos evitar a comparação com amigos ou colegas de sala. Se quisermos mudar algum comportamento em nossos filhos, devemos convidá-los a refletir sobre o comportamento deles, mas sem puni-los injustamente.

Por fim, é dever de todos os pais manter uma comunicação aberta com seus filhos. Dessa forma, eles se sentirão seguros contando sobre seus medos, receios ou qualquer coisa que os preocupem. Assim, eles procurarão uma solução para esses problemas desde cedo.


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