5 feridas emocionais da infância que persistem quando somos adultos
Escrito e verificado por o psicólogo Bernardo Peña
É bastante comum, infelizmente, que a nossa saúde emocional esteja danificada desde a infância. Frequentemente, não somos conscientes do que é o que nos bloqueia, o que nos dá vertigem ou o que nos provoca temor. Hoje falaremos sobre 5 feridas emocionais da infância que persistem quando somos adultos.
Em grande parte desses casos, a origem está em situações que vivemos quando crianças; essas feridas que nos ocasionaram nossas primeiras experiências com o mundo e que não pudemos curar.
Feridas emocionais são experiências dolorosas da infância que conformam nossa personalidade adulta, o que somos e como vamos nos confrontar com as adversidades.
Devemos ser conscientes delas e, portanto, evitar disfarçá-las, pois, quanto mais tempo esperamos para curá-las, mais profundas elas vão se tornar.
O medo de reviver o sofrimento que nos causaram faz com que evitemos essas situações, mas isso só vai dificultar o nosso desenvolvimento e nos prejudicará.
Traição, humilhação, desconfiança, abandono, injustiça… São algumas das feridas que Lisa Bourbeau nos assinala no seu livro “As cinco feridas que impedem de ser nós mesmos”. Vejamos a seguir como podemos identificá-las:
1. O medo ao abandono
O desamparo é o pior inimigo de quem viveu o abandono em sua infância. Imaginem o quanto deve ser doloroso para uma criança sentir o medo de estar sozinho, isolado e desprotegido diante de um mundo que não conhece.
Como consequência, quando a criança desamparada for adulta, tentará prevenir o fato de voltar a sofrer o abandono. Portanto, quem já passou por isso, vai tender a abandonar tanto os seus companheiros, como os seus projetos de forma precoce.
Isso responde, única e exclusivamente, ao temor que lhe ocasiona reviver aquele sofrimento.
É muito comum que estas pessoas falem ou pensem desta forma: “Deixo você antes que você me deixe”, “ninguém me apoia, não estou disposto a suportar isso”, “se for embora, não volte…”.
Essas pessoas vão ter que trabalhar seu medo à solidão, seu temor de serem abandonadas e a sua rejeição ao contato físico (abraços, beijos, contatos sexuais…).
Essa ferida não é fácil de curar, mas um bom começo para cicatrizá-la é confrontar o temor de ficar sozinho até que flua um diálogo interior positivo e esperançoso.
2. O medo à rejeição devido às feridas emocionais
Essa ferida nos impede de aceitar os nossos sentimentos, nossos pensamentos e nossas vivências.
Sua aparição na infância é ocasionada pela rejeição dos progenitores, da família ou dos seus pares. A dor que é gerada por essa ferida impede uma construção adequada da autoestima e do amor próprio da pessoa que o sofre.
Gera pensamentos de rejeição, de não ser desejado e de desqualificação com nós mesmos.
Essa criança rejeitada não se sente merecedora de afeto nem de compreensão e o que lhe faz se isolar por temor a voltar a experimentar esse sofrimento.
É provável que o adulto que foi uma criança rejeitada seja uma pessoa arredia. Por essa razão, devem ser tratados os medos internos que geram situações de pânico.
Se esse for o seu caso, ocupe o seu lugar, arrisque e tome decisões por si mesmo. Cada vez, vai lhe incomodar menos que a pessoa se afaste e não vai tomar como uma questão pessoal que se esqueceram de você em algum momento. Você é a única pessoa que você precisa para viver.
3. A humilhação nas feridas emocionais
Essa ferida é gerada quando sentimos que os outros nos desaprovam e nos criticam. Podemos criar esses problemas nas nossas crianças, dizendo a elas que são desajeitadas, más ou chatas, e também mostrando os seus problemas frente aos demais (uma coisa que é, tristemente, muito comum).
Isso, sem dúvida, destrói a autoestima infantil e, portanto, dificulta a possibilidade de cultivar um amor próprio saudável.
O tipo de personalidade gerada, com frequência, é uma personalidade dependente. Além disso, podemos ter aprendido a ser “tiranos” e egoístas como um mecanismo de defesa e, inclusive, a humilhar a outros como escudo protetor.
Ter sofrido esse tipo de experiências requer um trabalho pela nossa independência, nossa liberdade, a compreensão das nossas necessidades e temores, assim como as nossas prioridades.
4. A traição ou o medo em confiar devido às feridas emocionais
Essa ferida se abre quando pessoas próximas à criança não cumprem suas promessas, fazendo com que ela se sinta traída e enganada.
Como consequência, gera-se uma desconfiança que pode ser transformada em inveja e em outros sentimentos negativos, por não se sentir merecedora do prometido e do que os demais têm.
Sofrer esses problemas na infância constrói personalidades controladoras e perfeccionistas. São pessoas que querem ter tudo pronto e arrumado, sem deixar nada ao azar.
Se você já sofreu esses problemas na infância, é provável que sinta a necessidade de exercer certo controle sobre os outros. Isso se justifica, frequentemente, pela presença de um caráter forte; entretanto, digamos que obedeça a um mecanismo de defesa, um escudo de proteção diante do desengano.
Essas pessoas costumam confirmar seus enganos por sua forma de atuar, justificando seus prejuízos.
É necessário trabalhar a paciência, a tolerância e o saber viver, assim como aprender a ficar sozinho e a delegar responsabilidades.
Leia também: Dia do autismo: acreditamos num mundo baseado na inclusão e na tolerância
5. A injustiça das feridas emocionais
O sentimento de injustiça nasce nos lares nos quais os cuidadores principais são frios e autoritários. Uma exigência excessiva gera sentimentos de ineficácia e de inutilidade, tanto na infância como na idade adulta.
Albert Einstein sintetizou esta ideia muito bem na sua frase, mais do que famosa “Todos somos gênios. Mas se julgarmos um peixe por sua habilidade de subir em uma árvore, viveremos a vida toda acreditando que ele é estúpido”.
Como consequência, quem experimenta essa dor, pode chegar a ser uma pessoa rígida que não admite meias nuances em nenhuma ordem da sua vida. Costumam ser pessoas que tentam ser muito importantes e alcançar um grande poder.
É provável que seja criado um fanatismo pela ordem, pelo perfeccionismo ou, inclusive, pelo caos. A questão é que são pessoas que radicalizam suas ideias e, por isso, têm dificuldades para tomar decisões com segurança.
Recomendamos a leitura: Como tomar as melhores decisões
Para fazer frente a esses problemas, é preciso trabalhar a suspicácia e a rigidez mental, com objetivo de gerar uma maior flexibilidade e permitir a confiança nos outros.
Agora que já conhecemos as cinco feridas da alma que podem afetar nosso bem-estar, a nossa saúde e a nossa capacidade para nos desenvolver como pessoas, podemos começar a curá-las.
O primeiro passo, como tudo na vida, é aceitar que as feridas estão em nós, nos dar permissão para nos zangar e, sobretudo, nos dar tempo para superá-las.
Fonte da ideia: Bourbeau, L. (2003) As cinco feridas que impedem de ser nós mesmos. OB Stare.
É bastante comum, infelizmente, que a nossa saúde emocional esteja danificada desde a infância. Frequentemente, não somos conscientes do que é o que nos bloqueia, o que nos dá vertigem ou o que nos provoca temor. Hoje falaremos sobre 5 feridas emocionais da infância que persistem quando somos adultos.
Em grande parte desses casos, a origem está em situações que vivemos quando crianças; essas feridas que nos ocasionaram nossas primeiras experiências com o mundo e que não pudemos curar.
Feridas emocionais são experiências dolorosas da infância que conformam nossa personalidade adulta, o que somos e como vamos nos confrontar com as adversidades.
Devemos ser conscientes delas e, portanto, evitar disfarçá-las, pois, quanto mais tempo esperamos para curá-las, mais profundas elas vão se tornar.
O medo de reviver o sofrimento que nos causaram faz com que evitemos essas situações, mas isso só vai dificultar o nosso desenvolvimento e nos prejudicará.
Traição, humilhação, desconfiança, abandono, injustiça… São algumas das feridas que Lisa Bourbeau nos assinala no seu livro “As cinco feridas que impedem de ser nós mesmos”. Vejamos a seguir como podemos identificá-las:
1. O medo ao abandono
O desamparo é o pior inimigo de quem viveu o abandono em sua infância. Imaginem o quanto deve ser doloroso para uma criança sentir o medo de estar sozinho, isolado e desprotegido diante de um mundo que não conhece.
Como consequência, quando a criança desamparada for adulta, tentará prevenir o fato de voltar a sofrer o abandono. Portanto, quem já passou por isso, vai tender a abandonar tanto os seus companheiros, como os seus projetos de forma precoce.
Isso responde, única e exclusivamente, ao temor que lhe ocasiona reviver aquele sofrimento.
É muito comum que estas pessoas falem ou pensem desta forma: “Deixo você antes que você me deixe”, “ninguém me apoia, não estou disposto a suportar isso”, “se for embora, não volte…”.
Essas pessoas vão ter que trabalhar seu medo à solidão, seu temor de serem abandonadas e a sua rejeição ao contato físico (abraços, beijos, contatos sexuais…).
Essa ferida não é fácil de curar, mas um bom começo para cicatrizá-la é confrontar o temor de ficar sozinho até que flua um diálogo interior positivo e esperançoso.
2. O medo à rejeição devido às feridas emocionais
Essa ferida nos impede de aceitar os nossos sentimentos, nossos pensamentos e nossas vivências.
Sua aparição na infância é ocasionada pela rejeição dos progenitores, da família ou dos seus pares. A dor que é gerada por essa ferida impede uma construção adequada da autoestima e do amor próprio da pessoa que o sofre.
Gera pensamentos de rejeição, de não ser desejado e de desqualificação com nós mesmos.
Essa criança rejeitada não se sente merecedora de afeto nem de compreensão e o que lhe faz se isolar por temor a voltar a experimentar esse sofrimento.
É provável que o adulto que foi uma criança rejeitada seja uma pessoa arredia. Por essa razão, devem ser tratados os medos internos que geram situações de pânico.
Se esse for o seu caso, ocupe o seu lugar, arrisque e tome decisões por si mesmo. Cada vez, vai lhe incomodar menos que a pessoa se afaste e não vai tomar como uma questão pessoal que se esqueceram de você em algum momento. Você é a única pessoa que você precisa para viver.
3. A humilhação nas feridas emocionais
Essa ferida é gerada quando sentimos que os outros nos desaprovam e nos criticam. Podemos criar esses problemas nas nossas crianças, dizendo a elas que são desajeitadas, más ou chatas, e também mostrando os seus problemas frente aos demais (uma coisa que é, tristemente, muito comum).
Isso, sem dúvida, destrói a autoestima infantil e, portanto, dificulta a possibilidade de cultivar um amor próprio saudável.
O tipo de personalidade gerada, com frequência, é uma personalidade dependente. Além disso, podemos ter aprendido a ser “tiranos” e egoístas como um mecanismo de defesa e, inclusive, a humilhar a outros como escudo protetor.
Ter sofrido esse tipo de experiências requer um trabalho pela nossa independência, nossa liberdade, a compreensão das nossas necessidades e temores, assim como as nossas prioridades.
4. A traição ou o medo em confiar devido às feridas emocionais
Essa ferida se abre quando pessoas próximas à criança não cumprem suas promessas, fazendo com que ela se sinta traída e enganada.
Como consequência, gera-se uma desconfiança que pode ser transformada em inveja e em outros sentimentos negativos, por não se sentir merecedora do prometido e do que os demais têm.
Sofrer esses problemas na infância constrói personalidades controladoras e perfeccionistas. São pessoas que querem ter tudo pronto e arrumado, sem deixar nada ao azar.
Se você já sofreu esses problemas na infância, é provável que sinta a necessidade de exercer certo controle sobre os outros. Isso se justifica, frequentemente, pela presença de um caráter forte; entretanto, digamos que obedeça a um mecanismo de defesa, um escudo de proteção diante do desengano.
Essas pessoas costumam confirmar seus enganos por sua forma de atuar, justificando seus prejuízos.
É necessário trabalhar a paciência, a tolerância e o saber viver, assim como aprender a ficar sozinho e a delegar responsabilidades.
Leia também: Dia do autismo: acreditamos num mundo baseado na inclusão e na tolerância
5. A injustiça das feridas emocionais
O sentimento de injustiça nasce nos lares nos quais os cuidadores principais são frios e autoritários. Uma exigência excessiva gera sentimentos de ineficácia e de inutilidade, tanto na infância como na idade adulta.
Albert Einstein sintetizou esta ideia muito bem na sua frase, mais do que famosa “Todos somos gênios. Mas se julgarmos um peixe por sua habilidade de subir em uma árvore, viveremos a vida toda acreditando que ele é estúpido”.
Como consequência, quem experimenta essa dor, pode chegar a ser uma pessoa rígida que não admite meias nuances em nenhuma ordem da sua vida. Costumam ser pessoas que tentam ser muito importantes e alcançar um grande poder.
É provável que seja criado um fanatismo pela ordem, pelo perfeccionismo ou, inclusive, pelo caos. A questão é que são pessoas que radicalizam suas ideias e, por isso, têm dificuldades para tomar decisões com segurança.
Recomendamos a leitura: Como tomar as melhores decisões
Para fazer frente a esses problemas, é preciso trabalhar a suspicácia e a rigidez mental, com objetivo de gerar uma maior flexibilidade e permitir a confiança nos outros.
Agora que já conhecemos as cinco feridas da alma que podem afetar nosso bem-estar, a nossa saúde e a nossa capacidade para nos desenvolver como pessoas, podemos começar a curá-las.
O primeiro passo, como tudo na vida, é aceitar que as feridas estão em nós, nos dar permissão para nos zangar e, sobretudo, nos dar tempo para superá-las.
Fonte da ideia: Bourbeau, L. (2003) As cinco feridas que impedem de ser nós mesmos. OB Stare.
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- Fernáez, S., Saguy, T., & Halperin, E. (2015). The paradox of humiliation: The acceptance of an unjust devaluation of the self. Personality and Social Psychology Bulletin. https://journals.sagepub.com/doi/10.1177/0146167215586195
- Morgan, T. A., & Clark, L. A. (2012). Dependent Personality (Disorder). In Encyclopedia of Human Behavior: Second Edition. https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/B9780123750006001282?via%3Dihub
- Stamateas, B. (2012). Heridas emocionales. B De Books.
- Soler, J., & Conangla, M. M. (2004). La ecología emocional. Amat. Barcelona.
- Torres, W. J., & Bergner, R. M. (2010). Humiliation: Its Nature and Consequences. Journal of American Psychiatric Law. https://www.researchgate.net/profile/Raymond_Bergner/publication/44668302_Humiliation_Its_Nature_and_Consequences/links/0fcfd5002e9b82246e000000.pdf
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